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Open Banking: Será que vamos ter acesso a isso algum dia?

Em algum momento me deparei com uma explicação muito boa do que seria o “open banking”. O termo é simples, está relacionado a “abertura” e “bancos”, mas efetivamente, o que isso significa para empresas e para consumidores?

Estamos vivendo uma época de digitalização da sociedade e os bancos também tem se adaptados a essa nova realidade. Você provavelmente já deve ter ouvido falar das “fintechs”, empresas de tecnologia focada no mercado financeiro, sendo o NuBank uma das mais famosas nas terras brasileiras – e, por que não, no mundo.

O NuBank foi (e ainda é) um dos maiores precursores em termos de aproximação de um banco com o consumidor final, tirando aquela máscara de mega-corporação que não fala diretamente com o cliente. Mas, infelizmente, o NuBank ainda é um sistema de gerenciamento de cartão de crédito, não exatamente um banco como conhecemos – pelo menos por enquanto.

Outros bancos tem se proposta a fazer o mesmo, forçados pela concorrência do mercado, estão procurando trazer ferramentas para facilitar o acesso a informação. Aplicativos melhores e mais completo, inteligência artificial para chatbots e simplificação de operações dentro da sua conta. Mas ainda estamos longe do conceito de “Open Banking“.

O que se espera da abertura dos bancos é aumentar a facilidade de acesso a informação da sua conta, não apenas para o usuário, mas para serviços de terceiros que o usuário deseja compartilhar. Os seus dados bancários, como histórico de compras, saldo, investimentos e rendimentos são propriedades suas ou do seu banco?

O “internet banking” deve evoluir para o “open banking” justamente para facilitar o acesso das suas informações bancárias, que deveriam lhe pertencer, a aplicações de terceiros, que podem usá-la, sob a sua supervisão, para entregar serviços específicos ou ofertas de serviços mais personalizados.

Como os bancos vão fazer isso? E o quão seguro vai ser?

Através de APIs, assim como o Facebook, Twitter e tantas outras ferramentas possuem. E sim, deve ser ainda mais seguro do que hoje.

APIs são um acrônimo para Application Programming Interface, ou Interface de Programação de Aplicações. O conceito é meio abstrato, mas podemos resumir como ferramentas que permitem sistemas acessarem os dados brutos de uma conta.

Imagem via: Hands On Connect

No exemplo acima fica muito fácil entender o que é uma API. O usuário pede um prato/bebida para o garçom, mas quem produz aquele produto é a cozinha. Portanto, o barista/atendente é apenas a interface que o usuário tem disponível para acessar o conteúdo da cozinha.

Hoje não temos no Brasil nenhum exemplo real de open banking, mas serviços como o NuBank – e principalmente o seu sucesso – mostram que o brasileiro está ávido por tecnologias que melhorem o seu relacionamento com o banco. Ferramentas que o ajudem a organizar os seus gastos.

Mas e se alguém tiver acesso a essa API de forma maliciosa? O conceito de segurança em relação a API depende, assim como qualquer aplicação, da segurança desenvolvida pelo gerenciador do sistema, assim como a segurança dos servidores onde essas informações estão.

E, o mais importante, é que a escolha de compartilhar os dados será do usuário. Caso ele não queira, ou queira cancelar o acesso, isso deve ser simples e fácil. Assim como é hoje com serviços como o Facebook.

Quais as vantagens do consumidor em relação ao open banking?

Uma das grandes vantagens para o consumidor é poder usufruir dos dados que lhe pertencem como achar melhor. Desenvolvedores terceiros poderão, através dessa API, fazer aplicativos específicos para várias necessidades, como gerenciamento de gastos, predição de entradas/saídas da sua conta, pagamento através de aplicativos e diversas outras integrações.

Quais as vantagens para os bancos?

A principal vantagem seria oferecer um serviço melhor. Hoje os bancos procuram desenvolver as melhores ferramentas para milhões de pessoas, enquanto eles poderiam deixar que outras pessoas desenvolvessem as suas próprias ferramentas.

Por exemplo, hoje o aplicativo do meu banco não me manda uma notificação quando há uma nova entrada ou saída da minha conta. Ao invés de esperar que o banco implemente essa funcionalidade, um desenvolvedor independente poderia fazer uma aplicação para isso apenas tendo acesso aos meus dados.

As necessidades de ferramentas e informações de cada pessoa são individuais, talvez os bancos nunca consigam oferecer uma experiência completa para todos, mas ao abrir os dados, talvez tivessem essa oportunidade.

Quem sabe no futuro, ao invés de escolher o banco pelo atendimento, escolheremos pela abertura de sua API e segurança de suas ferramentas digitais.

Fontes: WTF is Open Banking? // Digiday
Imagem de Capa: Digiday.com


Por Dennis Altermann

Criei este blog para compartilhar alguns conteúdos relevantes sobre comunicação digital e o impacto dos meios digitais na sociedade. Aproveita para interagir comigo lá no Twitter @eu_Dennis